Sempre fico feliz quando um grupo de reféns norte-americanos é libertado e volta para casa. Não porque eu realmente me importe com eles. Mas porque fico enjoado de ver matérias sobre eles e suas famílias na TV. “Meu marido é um refém! O governo não está fazendo o suficiente!”. Ei moça, se você não queria que ele fosse um refém, deveria ter dito para que ficasse longe de lugares como o Irã.
É simples, não precisa ser um físico teórico para compreender. Longe dessas áreas a chance de ser sequestrado é menor. E a mídia sempre se refere a eles como “americanos inocentes”. Que bobagem! Não há americanos inocentes. E o pior é que, quando voltam, começam a escrever livros, um após o outro. E você tem que aturá-los em todo talk show, regurgitando aquela história chata.
Eis outro tipo de família que não me interessa: famílias de astronautas. Quem se importa com essas pessoas? Só esposas e filhos de astronautas. Deixem-os longe da televisão. Nem os próprios astronautas me interessam. Robôs com retentores anais gastando dinheiro no espaço e espalhando nosso grotesco e distorcido DNA além dessa biosfera. Não fizemos estragos o suficiente nesse planeta? Ainda temos que espalhar nosso lixo e podridão pelo universo? Jesus, que bando de idiotas nós somos.
George Carlin
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